Dicas | Um Minuto Atenção

TÁ, MAS E HOJE? E AGORA?

Não somos gurus iluminados nem nos propomos a ser coaches de uma vida tecnológica equilibrada, mas porque somos meros mortais que batalham pessoalmente todo dia pelo controle de sua própria atenção juntamos estas dicas que achamos mais fáceis de aplicar nas nossas experiências pessoais.

1. Não se culpe, não culpe as crianças

Nós não estamos competindo pela nossa atenção contra somente um time de engenheiros, programadores, neurocientistas, designers, doutores, MBAs, PhDs… Estamos competindo individualmente contra todos estes e mais ainda bilhões de dólares investidos em tecnologia avançada e algoritmos poderosos que se otimizam quase que autonomamente explorando nossas vulnerabilidades psíquicas e biológicas.

Então se algum dia você se sente impotente ou frustrado consigo ou com seu filho ao tentar conter o tempo de tela, lembre-se que há uma estrutura toda por trás dessa questão.

2. Compre um despertador

Sério. É uma das medidas mais fáceis de aplicar e uma das mais eficientes. Parece voltar no tempo, mas deixar de ter o celular como a primeira coisa que se escuta e para qual se olha faz uma grande diferença no nosso dia.

3. Zonas sem celular 🚫

No embalo do despertador, estabelecer zonas em que o seu celular NÃO ENTRA. O que tentamos fazer é proibir ele no quarto e banheiro, nem sempre conseguimos.

4. Horários sem celular

Uma das coisas que nos leva a estar ligado no celular o tempo todo é a sensação “e se precisarem de mim? E se houver alguma urgência?” - talvez valha a pena correr esse risco em certos horários do dia: fora do horário comercial, durante refeições, num encontro especial...

5. Não evite, substitua!

Só evitar o celular quando estiver no banheiro pode ser angustiante, por isso falamos de substituir - deixar livros no banheiro, por exemplo.
O mesmo vale para a preocupação com nossas crianças, não adianta só tirar o celular sem oferecer no lugar substitutos de atividades para um tempo rico e conexão. Quando procurar atividades, alguns dos especialistas falam sobre atividades que geram flow (exerçam habilidades nas quais pode-se melhorar) e que gerem conexão (como Johann Hari, jornalista e autor bestseller, escreve “o oposto do vício não é a sobriedade, é a conexão”).

6. Ver sua atenção como músculo.
"Tem que malhar, tem que suar, vamos lá!"

“Livros são um antídoto para a atenção curta”, Jeff Bezos, criador da Amazon. Mas livros não é o único antídoto…desenhar, tocar um instrumento, meditar… Qualquer coisa que você precise de concentração para continuar, vai treinar sua atenção como um músculo.

Falando em livros, “Minimalismo Digital” de Cal Newport foi uma ótima leitura no tema. Foi objetivo e prático, enquanto trouxe reflexões ajudaram a formular o problema.

7. A mera presença do celular afeta sua inteligência e capacidade de conectar.

Um estudo comparou a performance em testes de inteligência e memória de participantes com celular em cima da mesa, dentro da mochila ou fora da sala. Mesmo com os aparelhos desligados e virados para baixo, os resultados em cima da mesa ou na mochila eram 15% piores que fora da sala. Por isso, recomendamos que sempre que precisar de foco, atenção, silêncio ou pausa - deixe seu celular longe disso.

8. Alguns ajustes no celular que nos ajudaram:

Desativar notificações que não são de pessoas de todos os apps.
Apagar e bloquear apps de redes sociais do celular (você ainda pode acessar pelo computador)
Teste aplicativos como AppBlock, One Sec, Blank Spaces e Opal para limitar uso.
Transforme seu celular num dumbphone
Colocar os apps mais “viciantes” fora da tela inicial, deixando mais escondidos. Isso te faz pensar duas vezes antes de clicar neles - "O que EU quero ou estou procurando de verdade?" "Estou esperando algo de alguém ou é puro impulso?"
Mantenha nos widgets, de forma bem visível, a função “tempo de tela” do celular - encarar o peso na consciência as vezes ajuda.
Explore as funções do seu celular, como modos de foco, tempo de tela ou envios programados de notificações.

9. Lembre-se: não é sobre se privar, é sobre fazer o que você quer fazer.

Às vezes queremos descansar e dar uma olhada no celular, isso é ótimo. O problema são os artifícios que nos fazem perder noção do tempo e ir além do tempo que queríamos gastar. Essa é a linha entre usar a tecnologia e a tecnologia te usar.

A tecnologia está te ajudando ou te atrapalhando a fazer aquilo que você mais quer fazer? Qual é a coisa que VOCÊ mais quer fazer? Quais são as tecnologias que você precisa manter e excluir para chegar nisso?