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“Nós criamos ferramentas que estão rompendo o tecido social de como a sociedade funciona... Está corroendo as bases fundamentais de como as pessoas se comportam consigo e entre si.”

 

“Você está sendo programado.”

Chamath Palihapitiya
ex-VP de user growth do Facebook

A qualidade de nossa vida é a qualidade de nossa atenção. Nossa atenção é o que determina o uso de nosso tempo e molda nossa realidade e identidade. 
A economia da atenção considera este recurso valioso por influenciar o consumo: outdoors, televisão, rádio, jornais… A competição por audiência e maximização da atenção captada é antiga e há gerações lidamos com isso. Porém, a atenção, como petróleo ou madeira, é um recurso finito. 
Certas práticas extrapolam os limites da sustentabilidade ao implementar tecnologia e algoritmos avançados com o intuito de maximizar a extração deste nosso recurso vital.

É nesse contexto que vivemos um ponto de virada: a economia da atenção vira a economia extrativista da atenção.

O que está acontecendo?

“Vivemos num mundo onde uma árvore vale mais, financeiramente, morta do que viva.

Num mundo onde uma baleia vale mais morta do que viva.

Nós somos a árvore, nós somos a baleia. Nossa atenção pode ser minada.

Nós valemos mais para uma empresa se estamos passando nosso tempo olhando para uma tela, para um anúncio, do que se estivermos vivendo nossa vida de forma rica.”

Justin Rosenstein, ex-engenheiro do Facebook

     Existe um incentivo financeiro bilionário com o objetivo de capturar o máximo de nossa atenção. E quanto mais tecnologia e conhecimentos científicos tivermos, mais serão usados contra nós com esse propósito. 
    Isso não ocorre por “maldade de empresários”, mas é a estrutura do nosso sistema mercadológico: empresas competem por atenção para se manterem relevantes. Executivos precisam agir de acordo com o melhor interesse de acionistas, mesmo quando isso implica, como neste caso, em um prejuízo para o usuário - e quem não jogar de acordo com as regras do jogo é penalizado ou facilmente substituído. Alguns desses mesmos executivos ainda nem entendam que suas decisões impactam a si mesmo e suas crianças.
     Tudo se torna ainda mais desafiador quando comparamos a velocidade do avanço da tecnologia com a evolução de nossos cérebros, e a capacidade de nossas instituições regulamentarias acompanharem.

"A verdadeira problemática da humanidade é a seguinte:

Temos emoções paleolíticas, instituições medievais e tecnologia divina.

Isso é tremendamente perigoso, e está agora se aproximando de um ponto de crise global."

E. O. Wilson, sociobiólogo

     A tecnologia que temos em nossas mãos é como um gênio que tiramos da lâmpada. Enquanto os desejos que fizermos a ele forem de “maximizar tempo de tela”, continuaremos a ver mais efeitos negativos. Não é possível enfiar este gênio novamente na lâmpada, mas quais são os pedidos  que podemos fazer para um mundo mais justo, pacífico e próspero?

Consequência: Rebaixamento Humano

"Rebaixamento Humano" é um termo cunhado pelo ex-funcionário do Google e especialista no assunto, Tristan Harris, que contempla uma série de consequências que sofremos em escala individual e global relacionadas à Economia Extrativista da Atenção - a cada dia, mais evidências surgem.

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Exposição que está afetando as capacidades cognitivas, emocionais e físicas das novas gerações, tendo consequências permanentes a longo prazo.

Pela 1ª vez, filhos têm QI inferior ao dos pais. Diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, em que apresenta, com dados concretos e de forma conclusiva, como os dispositivos digitais estão afetando seriamente — e para o mal — o desenvolvimento neural de crianças e jovens.

Crianças em idade pré-escolar que utilizam telas por mais de uma hora por dia apresentam quedas significativas no desenvolvimento das regiões do cérebro ligadas à linguagem e alfabetização.

1 em cada 3 crianças já tiveram interação sexual online - desde mensagens inapropriadas a receber pedidos de nudes ou nudes não solicitadas de outras crianças ou adultos.

A quantidade de tempo gasto por adolescentes utilizando redes sociais está significativamente correlacionada com os níveis posteriores de consumo de álcool enquanto o tempo gasto em outras formas de mídia eletrônica (como TV ou videogames) tem um impacto comparativamente pequeno.

Mais de 90% da comida apresentada nos canais de influencers infantis mais populares do YouTube apresentam comida ou bebidas não saudáveis, patrocinadas por marcas. 

Crianças que assistem a vídeos de influenciadores infantis segurando alimentos não saudáveis consomem significativamente mais calorias.

O nível de uso de mídias sociais é um preditor significativo dos níveis de depressão ao longo de quatro anos em adolescentes.

Há um aumento de 66% no risco de comportamento relacionados ao suicídio entre as adolescentes que passam mais de 5 horas por dia (em comparação com 1 hora por dia) nas redes sociais.

Para estas e mais evidências, recomendamos que conheçam o trabalho do Center for Humane Technology

     Assim como os recursos naturais do planeta vêm sendo extraídos em ritmo insustentável, levando a catástrofes globais chamadas de mudança climática, na economia extrativista da atenção, nossa atenção é o recurso vital da humanidade que vem sendo extraído em ritmo insustentável causando o que chamamos de rebaixamento humano.

Qual é a solução?

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